[3º Concurso][+L] Good Night

Igual a todos os dias de seu emprego, o oficial de polícia, Robert, adentrou a sala branca em busca de obter as últimas respostas, por isso aguardou sentado na cadeira os outros dois policiais chegarem com uma TV velha. Depois que foi ligado na tomada, Robert sintonizou em um canal de notícias e aumentou o volume:

- Hoje, dia 1° de Novembro, a polícia capturou os dois irmãos, Rita Armen e Leonard Armen, acusados de matar mais de seis vítimas e guardar partes do corpo das mesmas em sua casa. A polícia fez uma vistoria na casa e encontraram exatamente no sótão, seis pares de mãos em pequenos vasos e outros “plantados” no quintal. Um dos vizinhos já tinha feito duas queixas nessa semana devido ao excesso de barulho e movimentação no local e foi tal ação que ajudou a polícia a encontrar os assassinos. Hoje, Rita Armen irá responder pelos seus atos e seu irmão irá ser questionado amanhã. Ambos já foram julgados e suas sentenças serão a pena de mor- Antes que a jornalista pudesse finalizar, o oficial desligou a TV.
- Como pode ver, já sabemos que vocês possuem as mãos de suas vítimas. Além da minha curiosidade em saber o motivo dessa coleção, quero que você me conte onde escondeu os corpos.
- Vocês não sabem apreciar a beleza da natureza... – A menina levantou pela primeira vez o rosto e sorriu. – Mas eu posso LEVAR vocês até os corpos.
- Hunf! – Robert retribui o sorriso e dá leves risadas. – Não vejo problema em você nos levar até os corpos, só não crie expectativas em fugir nesse pequeno passeio.
- Eu não fujo da morte senhor. – Ela fala inocente. – Sabe aquela floresta perto daqui? Ela é linda e perfeita para apreciar tais coisas! Ah, eu não estou falando da vegetação viu? Refiro-me ao que já está debaixo da terra...

Sem perder tempo, Robert se levanta da cadeira e sai da sala, por enquanto que Rita aguardava dois policiais a retirarem da sala e a colocarem em uma das duas viaturas. Sendo vigiada, as duas viaturas saíram do posto policial e seguindo as ordens do oficial e da confissão da assassina, foram para uma floresta localizada a 100 km de distância do local que estavam.
Ao chegarem, desceram a pequena garota e empurraram para dentro da floresta, iam seguindo seus passos atrás, para terem certeza de que poderiam atirar em sua cabeça a qualquer sinal de perigo que demonstrasse. Rita não mostrava nenhuma pressa, já o oficial de polícia, se estressava cada vez mais, deveria voltar para a delegacia antes do pôr-do-sol:

- Vamos, pare de brincar.
- Calma... Aqui! Está vendo? Observe. - A garota parou bruscamente e dando grandes passos, começou a contá-los. – Um... Dois... Três... Quatro cinco... Seis... Sete oito... Nove... Dez!
- Ok, nós vamos demorar um pouco para desenterrar os corpos. Eu e David vamos ficar aqui por enquanto que vocês, Alex e Kelvin, vão levá-la de volta para o posto policial. Todos entenderam?

Todos concordaram e antes que Alex e Kelvin saíssem em direção das viaturas estacionadas, certificaram que as algemas de Rita estavam fechadas. Robert e David cavavam com ardor em busca de encontrar os corpos, que somente apareceram depois de duas horas, quando finalmente encontraram, David não agüentou o odor dos cadáveres e a visão de vários corpos sendo devorados por larvas, teve que vomitar:

- Merda... Quanto tempo eles devem estar aqui? – Robert retirava um lenço de seu uniforme para tampar suas narinas.
- É um grande buraco... Lembra daquelas valas que faziam para aniquilar pessoas em uma guerra. – David se aproximava, limpando a boca.
- Agora... – O oficial pegava o rádio por enquanto que David tirava as últimas fotos do local, que já estava escurecendo. – Alex e Kelvin, estou relatando que já estamos voltando, estão me escutando?

Robert esperou outro sinal vindo do outro lado, mas o que respondeu sua pergunta fora um grito ensurdecedor vindo fora da floresta e um chiado no rádio. Preocupados, deixaram a floresta para encontrar ainda as duas viaturas estacionadas e dois corpos estirados no chão... Os corpos de Alex e Kelvin.

O oficial de polícia entrou correndo naquela sala branca e nervoso, bateu na mesa do interrogatório e levantou a cabeça do garoto pelos seus cabelos:

- Vocês estão de brincadeira comigo? Você tem apenas segundos para me dizer onde aquela sua irmãzinha foi parar! Você sabe o que ela fez, não sabe? Porque afinal, ela matou dois oficiais meus e ainda brincou colocando pirulitos na boca deles. Vocês dois deviam estar no inferno agora!
- Que interessante. – O loiro fixava seus olhos naquele rosto de ira e dava risadas. – É uma pena você não saber apreciar a beleza desse dia...
- Hoje? Eu vou apreciar a tua morte garoto e depois vou encontrar sua irmãzinha e darei um tiro em tua cabeça.

Finalizando a conversa, Robert larga o garoto e dá um sinal para que Leonard fosse levado para a sela. O motivo por estar nervoso não estava nem perto de observar seus companheiros mortos, ele já havia visto isso várias vezes, mas o que lhe trazia ira era porque foi uma das raras vezes, que sentia arrepios e medo.

Passou-se um ano desde o caso dos dois irmãos gêmeos e um deles, não fora encontrado e a população revoltada, exigia pelo menos que a justiça fosse feita com aquele que continuava encarcerado na sela. Tratando o caso como solucionado, Leonard Armen foi levado para a cadeira elétrica por Robert no dia 31 de Outubro e posicionando o loiro na cadeira, o questionava:

- Antes que seja feita a justiça na frente das testemunhas, qual é o seu último pedido?
- Doces ou travessuras? – Leonard disse arregalando os olhos e dando risadas psicóticas.

Com a atitude inusitada do loiro, o oficial se afastou e antes que desse o sinal para ligar a cadeira elétrica, lembrou dos fatos que o crime tinha sido feito: “1° de Novembro foram pegos... 31 de Outubro será suas mortes... Doces ou travessuras? Oh, meu Deus!”. Robert se virou para notar que a porta que tinha fechado antes estava aberta e existiam rastros de uma mistura viscosa colorida, eram doces. Um apito foi soado e a cadeira elétrica fora ligada, mas nada aconteceu e a sala fora tomada por uma escuridão; em dueto, pode-se ouvir uma contagem:

- Um... Dois... Três... Quatro cinco... Seis... Sete oito... Nove... Dez!